23 de ago. de 2016

Uma alma que gosta da chuva

Por: Eliana Rezende


A voz da chuva acalenta meu espírito, tranquiliza meus olhos e afaga meu coração.
O seu som preenche cada canto recôndito do meu ser e dá-me a companhia mais que desejada.
As gotas que chegam uma a uma e que, rápido são uma multidão oferecem sons ao meu silêncio.
Preenchem sem encher, silenciam para dar eco ao que vem de lá de dentro.

Sempre acho que minha alma é outonal.
Gosto de dias molhados, chuva miúda, água encharcando a terra e dando mais verde à paisagem, gotas que respingam e desenham vidraças que emolduram. Tudo fica enquadrado... e calmo...
Gosto das folhas e dos tons de outono e da forragem que oferecem à paisagem. Casadas com a chuva, molham a terra e fornecem uma composição perfeita de tons e odores.
Entorpecem os sentidos, acomodam vontades, liberam prazeres.

Gotas que lavam o céu ao mesmo tempo em se se desabotoam sobre a terra.
O silêncio fica então cheio de elementos e sensações, uma sinfonia que ganha notas ora metálicas, ora graves a cada gota que encontra resistências: pedras, baldes, troncos, bancos, pisos....

O espaço desta composição em notas molhadas e folhas caídas é o lugar onde guardamos nossa alma e nos enchemos do silêncio de seu canto.
É só saber ouvir tanta harmonia!



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